domingo, 13 de setembro de 2020

Epistemologia insubmissa feminista negra decolonial

Resumo Neste texto, propomos uma revisão/análise das abordagens teórico-metodológicas do feminismo nos últimos anos. Destacamos que a epistemologia feminista negra articula teoria, metodologia e prática política com vistas à transformação social. A análise realizada revela um diálogo constante entre o feminismo negro brasileiro e o feminismo afro-americano, ainda que as editoras brasileiras só tenham traduzido a contribuição feminista negra e descoberto este filão comercial nos últimos cinco anos. A popularização do conceito de interseccionalidade no Brasil é relativamente recente para um conceito que fez 30 anos, sendo atualmente o mais utilizado aqui para analisar as relações e as interconexões possíveis entre as categorias de gênero, raça, classe, sexualidade, geração etc. É importante destacar o significativo crescimento das pesquisas, livros e artigos acadêmicos produzidos por mulheres negras, bem como a divulgação de ideias e reflexões políticas através do uso das plataformas digitais, tais como sites, blogs, facebook, Instagram e YouTube. Este movimento, que algumas autoras têm definido como a quarta onda feminista, mas que algumas mulheres negras preferem chamar de maré feminista negra, ampliou o referencial teórico, incluindo as contribuições de autoras africanas e afrodiaspóricas, como por exemplo, Oyèrónkẹ́ Oyěwùmí (2017) e Grada Kilomba (2019), e recuperou contribuições negras, notadamente femininas negras que foram historicamente silenciadas, através de práticas epistemicidas, construindo desse modo uma nova epistemologia feminista negra. Palavras-chave: Epistemologia. Movimento social. Feminismo negro. Empoderamento. Descolonização Angela Figueiredo, UFRB Doutora em Sociologia pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (IUPERJ). Professora do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais (PPGCS) e Coordenadora do Grupo de Pesquisa em Gênero, Raça e Subalternidade (Coletivo Angela Davis) da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Professora do Programa de Pós-Graduação em Estudos Étnicos e Africanos da Universidade Federal da Bahia (POSAFRO/UFBA) e do (PPGNEIM/UFBA)
Para ler este artigo, acessar a Revista Tempo e Argumento https://www.revistas.udesc.br/index.php/tempo/article/view/2175180312292020e0102